Barry White - SOM DO MEU TEMPO

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2.1.18

Barry White

Barry White


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Quem frequentou bons bailes e ouve programação flash back em rádios FMs de qualidade já ouviu alguma música de Barry White.  A voz grave é inconfundível, além dos seus ótimos arranjos tornando a canção inesquecível. Do ínicio da década de 1970 até 2003, quando faleceu, sempre marcou presença com ótimas composições. A lista é grande. Até hits alheios, como “Just The way You Are”, autoria de Billy Joel, de 1977, Barry White transformou num clássico de amor, principalmente nas calientes sextas-feiras, que muita gente usa para se conhecer melhor entre quatro paredes.

O curioso é que sua infância no Estado do Texas, onde nasceu em 1944, tinha tudo para dar errado. Inclusive participou de assaltos à mão armada, mas uma dura da polícia lhe revelou que o caminho do crime não era bom.  Mesmo na reta  errada, Barry White cresceu cantando música gospel na igreja com sua mãe. Logo aprendeu tocar piano sozinho.

Aos 16 anos, morando na periferia de Los Angeles, participava de sua primeira gravação, com o grupo Upfronts. Sua primeira música chamou-se “Little Girl”. Depois trabalhou em diversos selos independentes, até chegar às mãos de Bob Keane (responsável pela descoberta de Ritchie Valenz e Sam Cooke).

Logo depois foi trabalhar no conjunto 5ª Dimensão. Com seu primeiro hit de sucesso “ Lost Without The Love of My Guy”, vindo das mãos da cantora Viola Willis, que ficou entre as 20 primeiras das paradas de sucesso de R&B (blues de rua).

Nessa época passou a ganhar US$ 60 por semana de salário. Logo começou a trabalhar com Bobby Fuller Four, Bob Keene e Larry Nunes, mais tarde seu conselheiro espiritual  e amigo de verdade até sua morte. Conhece o cantor Felice Taylor e juntos gravam três discos de sucesso na Inglaterra: “It May Be Winter Outside”, “ I´m Under the Influence of Love”, “ I Feel Love Coming On”. Seu salário sobe para US$ 400 semanais.

Deixa Felice Taylor e passa a fazer diversos arranjos de forma independente. O tempo de vacas magras estava ficando para trás. Conhece Gene Page e tem acesso a vários serviços, inclusive com boas quantias em dinheiro. Tempos depois Paul Politti, ex-colega de trabalho anteriores, avisa Barry White que Larry Nunes pretende iniciar uma sociedade com ele. Nunes estava escolhendo repertório para gravar um disco.

Enquanto isso, Barry White tinha descoberto três meninas (na década de 70 seria o trio vocal Love Unlimited), que ainda não trabalhavam no circuito musical. Ensaiou quase um ano com elas. Aproveitou e compôs, para o trio, “ Walkin in The Rain (With The One I Love). Era uma letra inspirada numa das cantoras do grupo, James Glodean, mais tarde tornando-se sua segunda esposa.

O trio recebeu o nome de Love Unlimited. Esse primeiro trabalho vendeu 1 milhão de cópias, mas a relação com a gravadora MCA ficou estremecida e Barry White decidiu encerrá-la. Decide trabalhar com um artista masculino. Elabora três fitas demos, onde aparece cantando e tocando piano. O amigo Larry Nunes insiste que Barry White deve ser este artista. É quando em 1973, ele grava “ I´m Gonna Love You Just a Little More Baby”.

Após muita discussão, a MCA Records libera as meninas da Love Unlimited para trabalhar junto com ele. É quando  tem a ideia de fazer um disco instrumental. O álbum é batizado de Love Unlimited Orchestra e o hit “Love´s Theme”. De 1974 a 1979, são vendidas 5 milhões de cópias do disco e essa música faz sucesso em todo o mundo.

A carreira de Barry White deslancha. É dessa época os seus hits de amor “It´s Ecstasy When You Lay Down Next to Me”, “ Play Your Game Baby”, “Let The Music Play”, “You See The Trouble Witch Me”, “Just Another Way to Say I Love You”, “I´ll Do For You Anything You Want Me To”, “Love Serenade”, “The Man (Your Sweetness is My Weakness”, “ Sha La La Means I Love You”, “ September When We Met”, “ Just The Way You Are”, “I Belong to You” (com as meninas do Love Unlimited).

Para aproveitar a onda, Barry White escreveu uma trilha sonora para o filme “The Together Brothers” para a Twenty Century Fox. Da sua banda de estúdio, trabalhavam nomes como Ray Parker Júnior, o saxofonista Kenny G, os baixistas Nathan East e Wilton Felder, Wah Wah Watson, David. T. Walker, Dean Parks, Don Peake, Lee Ritenour, o baterista Ed Greene e percussionista Gary Coleman. E mais tarde o tecladista Rahn Coleman. Um dream time de músicos de estúdio.

Por causa de desavenças, Barry White sai da Twenty Century  Fox Records para a gravadora CBS, onde cria o selo Golden Unlimited. Da lista consta o trio Love Unlimited e a Love Unlimited Orchestra, Jack Perry e uma cantora adolescente, Danny Pearson. Barry White aproveitou para gravar um dueto com esposa  Glodean, no álbum Barry & Glodean. É dessa época, fim da década de 70, o disco The Message is Love.

Após gravar oito álbuns solo, quatro da Love Unlimited, quatro da Love Unlimited Orchestra, turnês constantes e enfrentar os rigores da indústria da música, Barry White deu uma pausa e no começo da década de 1980 veio ao Brasil pela primeira, fazendo grande show em São Paulo e Rio de Janeiro.

Em 1992 assinou contrato com  A&M Records, lançando os discos A Mam is Back, The Right Night & Barry White, além de um dueto com Isaac Hayes no hit “Dark and Lovely”. O álbum de The Icon is Love tornou-se o mais vendido desde os anos 70, ganhando o disco de platina com a música “Pratice What You Preach”.

Com a composição “Staying Power”, em 1999, ganha dois Grammys, nesse álbum que retrata fielmente as tradições da soul music, onde o foco é o cantor e a música.


Em toda sua carreira, Barry White ganhou 106 discos de ouro, 41 de platina, dez singles de platina, com vendas superiores a 100 milhões de cópias. Ele era hipertenso, e em setembro de 2002 foi hospitalizado com problemas nos rins, morrendo em julho de 2003. É o exemplo de quem saiu do gueto, da miséria, e trabalhando honestamente conquistou patrimônio financeiro e artístico.

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