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Marvin Gaye

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A história do cantor e músico norte americano “Marvin Gaye” se dividiu entre o mais alto sucesso e a tragédia pessoal.
“Marvin Pentz Gay Jr” nasceu em “Washington”, a capital americana, em dois de abril de 1939. De família Cristã Ortodóxica, com elementos do Judaísmo e da Igreja Pentecostal, aprendeu desde cedo a conviver com duras disciplinas quem eram impostas por seu pai, o Reverendo e Ministro de Deus, Marvin Gay Sr Of Kentucky”.

Na infância, com apenas três anos de idade, já fazia parte do coro de sua Igreja. O contato com um instrumento musical, o piano e posteriormente a bateria, veio logo após sua estréia como solista vocal, nesse mesmo coral, onde permaneceu toda a primeira fase de sua vida.

Aos dezessete anos, enquanto cursava o colegial, veio a primeira oportunidade de ingressar na carreira profissional como integrante do famoso grupo vocal “Doo Woop”. Apesar do comprovado e reconhecido talento, a tentativa foi frustrada. “Marvin Gay” foi rejeitado devido a sua cor.


O próximo passo foi se alistar nas forças armadas americana, onde se tornou Piloto de Avião. Após essa rápida passagem, pediu dispensa do serviço militar alegando uma falsa doença mental. Voltou a morar em “Washington”, que vivia um período intenso do regime de segregação racial. O fato foi notado por este sensível cantor e músico que, posteriormente, colocou em forma de canções o sofrimento dos negros durante os anos 1930, 1940 e 1950.
Nesse retorno a “Washington” passou a integrar e cantar de forma alternada em diversos grupos que se apresentavam nas ruas. A primeira dessas incursões foi com “The Rainbows”, grupo do cantor “Bo Diddley”. Também integrou, já numa fase decadente o grupo “The Moongloows”. “Marvin Gay” se tornou o vocalista principal fazendo com que “The New Moongloows” tivesse uma pequena sobrevida. Ainda neste período o artista trabalhava como baterista ou corista de consagrados nomes da música como “Etta James” e “Chuck Berry”.

No início dos anos sessenta, a oportunidade de fazer a carreira musical ganhou novo impulso com a assinatura de contrato com uma gravadora. Foi pelas mãos de “Anna Gordon”, irmã do todo poderoso produtor “Berry Gordon” e que administrava o “Cast” de artistas da gravadora “Motown” em “Detroit”, que fez surgir essa chance para “Marvin Gay”.

A partir da assinatura do contrato com a “Motown” e seu casamento com “Anna Gordon” que a carreira tomou nova dimensão indo rumo ao estrelato. Nas primeiras sessões como músico, atuou apenas como baterista do grupo “Smokey Robinson & The Miracles” até surgir à oportunidade de também cantar. Nessa mesma época alterou a grafia de seu nome, incluindo “E” e passando a assinar “Marvin Gaye”.


Integrando o grupo “Martha & The Vandellas” ou “The Marvelletes”, com um apelo musical muito forte, emplacou alguns “Hits”, o principal deles “Please Mr Postman”. Nessa nova fase, adotou como influência musical o som do ídolo “Sam Cooke”, abandonando de vez suas origens religiosas.
O álbum de estreia, já em carreira solo, “Soulfull Moods Of Marvin Gaye” lançado em 1961, trazia no repertório releituras para clássicos do “Jazz” e “Rhythm & Blues” e passou despercebido pela crítica. Um ano após, na companhia das “Marvelletes”, “Marvin” co-assinou o “single” “Beechwood”, emplacando seu primeiro grande sucesso, tanto nas rádios quanto nos clubes que não aceitavam a música negra. Nessa mesma linha, compôs “Stubborn Kind Of Fellow”, uma espécie de autobiografia física para massificar seu nome no cenário musical. E deu certo. Nas gravações seguintes o estilo musical foi se definindo e se aprimorando, até que “Marvin Gaye” se consagrou como o melhor cantor de baladas românticas da década de sessenta.

No sequência de sua carreira, surgiram as fases dos duetos com as grandes divas da “Motown”, “Mary Wells”, “Tammy Terrell” e “Kim Weston”. Ao lado delas, consagrou dezenas de sucessos, várias composições assinadas pelo casal “Nickolas Ashford & Valerie Simpson”.

O Esgotamento fisco em decorrência do sucesso, a guerra do Vietnã, que em muito perturbava o cidadão “Marvin”, a sua quase separação de “Anna Gordon” e a morte de “Tammy Terrell”, que faleceu em decorrência de tumor cerebral durante uma apresentação, afastaram “Marvin Gaye” da vida artística. Mudou-se para a Europa e por diversas vezes chegou a declarar que abandonaria definitivamente a música.

A superação veio com “What’s Going On”, a princípio uma canção vetada por “Berry Gordy”, que alegou ser a pior composição do repertório de “Marvin Gaye”. Com a insistência e ameaça de quebra de contrato, “Gordon” terminou liberando o “single” que tornou-se um dos principais “hits” da carreira do cantor. O conceituado álbum “What’s Going On”, trazia em suas faixas um tom de continuidade de seus temas com arranjos e influências do “Jazz” e do “Funk”, arrebatando fãs por sua riqueza musical e seu lirismo, num conteúdo atual que conclamava o mundo numa nova ordem, a “Ecologia”, como em “Mercy Mercy Me”.

Nos álbuns seguintes, o artista trouxe para o questionamento, o amor e a sensualidade, tópico principal das composições que deram continuidade ao grande sucesso na carreira do cantor. Nessa trajetória, encontrou “Diana Ross” e juntos gravaram “Marvin & Diana”, que marcou o encerramento da fase de duetos do cantor. Esse trabalho foi gravado e montado em sessões separadas, uma vez que a grávida “Diana Ross” não permitia que “Marvin” fumasse nos estúdios. Ainda assim o disco rendeu “hits” como “Stop Look Listen”, “You Are Everything”, “My Mistake” e “Special Part Of Me”.

Lançou “Got To Give It Up” no auge da era “Disco” e a faixa se tornou febre nas pistas de dança. O trabalho seguinte, gravado ao vivo em Londres, “Live At The Palladium”, se tornou o maior destaque de vendas do ano de 1977.

Na vida pessoal, um grande sinal de que as coisas não iam bem foi a sua separação de “Anna Gordon”. Com o final do casamento, iniciaram uma batalha pessoal e comercial nos tribunais americanos. De comum acordo, ficou estabelecido que “Anna Gordon” receberia sua indenização com parte da venda dos discos de “Marvin Gaye”. O resultado apareceu no disco “Here My Dear”, onde sem meias palavras, “Marvin” divulgava detalhes íntimos de seu relacionamento o que contribuiu negativamente para a imagem de sua carreira.


Para piorar a situação, em 1979, com o lançamento do álbum “In Your Lifetime”, “Marvin Gaye” se viu mergulhado nas dívidas, drogas e problemas fiscais, que culminaram em um pedido de falência do artista que logo em seguida mudou-se para o “Havaí”, indo morar num “trailer”.
Em 1982, mais uma vez “Marvin Gaye” triunfou. De gravadora nova e limpo das drogas, retomou sua carreira a todo vapor com o iluminado trabalho “Midnight Love”. Desse trabalho, “Sexual Healing” emplacou na parada mundial e “Marvin” recebeu dois “Grammys”, como “Melhor Intérprete Masculino” e como “Melhor Artista” na categoria “R & B”. Em seguida, selando as pazes com “Berry Gordon”, durante o ano de comemorações dos vinte cinco anos da “Motown”, participou do “show” comemorativo cantando “What’s Going On”, seu maior “Hit”.

Apesar da saúde debilitada, em consequência da abstinência das drogas, “Marvin Gaye” saiu em turnê durante todo o ano de 1983, cumprindo rigorosamente sua agenda. Na tentativa de retomar sua carreira e com o final da excursão que o fazia muito atormentado e depressivo, resolveu voltar a morar com os pais, apesar das claras diferenças com relação ao seu comportamento.

No dia primeiro de abril de 1984, após uma acalorada discussão, seguida de agressões físicas sofridas pelo próprio filho, o então “Marvin Gay Sr Of Kentucky” desferiu um tiro mortal contra seu próprio filho, pondo fim na vida deste que foi eleito como o “Sexto Melhor Artista” da história da música americana.
Por Luis Antonio Magalhães


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